A única solução verdadeira

0

Enquanto o homem constata, mais uma vez, sua incapacidade de afrontar os acontecimentos-chave da História servindo-se apenas dos seus próprios recursos, o enfermiço mundo atual dá crescentes sinais de abalo.

Não é esta a primeira vez que a humanidade enfrenta graves desafios, nem será a última. Multiplicam-se os estudos científicos que apresentam previsões estarrecedoras: meteoritos, epidemias ou desastres climáticos capazes de varrer a qualquer momento o homem da face da terra… E, apesar disso, a História continua.

A novidade dos nossos dias talvez consista na falta de fé que, em nível global, se constata nas almas. Nos tempos passados multiplicavam-se procissões, devoções e penitências. O empenho em aplacar um Deus irado pela perversidade dos costumes estendia-se até aos pagãos. Assim o fizeram, por exemplo, os habitantes de ­Nínive, comovidos ao ouvir a voz do profeta (cf. Jn 3, 49). Hoje, porém, muitos dos que se dizem cristãos não possuem sequer a sensibilidade religiosa que animava aquele povo idólatra.

Deus nunca abandona seu povo. Nos momentos de grande calamidade, Ele envia almas providenciais, incumbidas de alertar os homens e mostrar-lhes o caminho da santidade. Por meio delas oferece, mais uma vez, a salvação ao mundo. Foi o que aconteceu com Santa Catarina de Sena, numa época especialmente crítica da ­História da Igreja.

As vozes que trazem da parte de Deus a solução para as mais graves crises são, contudo, raramente ouvidas e muitas vezes perseguidas. Não é de estranhar pois, “se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa!” (Mt 10, 25). Essas almas proféticas seguem, assim, as pegadas d’Aquele que, tendo amado os seus “até o fim” (Jo 13, 1), não foi por eles recebido (cf. Jo 1, 11).

A situação atual surpreende também por sua semelhança com o caos que se seguiu à Crucifixão. Um clima de pânico, insegurança e desorientação envolveu os seguidores de Cristo por causa de sua falta de fé, a ponto de muitos pensarem em desistir, como fizeram os discípulos de Emaús.

Estes últimos prefiguravam os cristãos de hoje que, julgando-se defraudados por Deus, decidiram afundar-se novamente no ateísmo prático do qual Jesus os havia ­libertado. Abandonando o local onde a Igreja se encontrava reunida, eles tomaram o caminho de retorno para suas casas; o Redentor, porém, não desistiu: foi à sua procura, desejoso de que se arrependessem e salvassem.

Nem todos, porém, agem como esses discípulos quando abordados pelo Divino Mestre. Na maioria dos casos, Ele é ignorado, desprezado e até increpado. Mesmo quando, conforme profetiza o Apocalipse, os homens sofrem merecidos castigos, em vez de mudar de vida eles se revoltam e maldizem a Deus (cf. Ap 16, 811).

Nosso Senhor profetizou guerras, “fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares”, advertindo que “tudo isto será apenas o início das dores” (Mt 24, 78). Estaremos vivendo agora este tempo? Seja como for, nossa salvação não virá jamais de soluções humanas, mas de uma fé autêntica em Deus, própria a gerar verdadeiras obras de conversão.

Artigo anteriorEscrevem os leitores
Próximo artigo“A paz esteja convosco”
Redação
Artigos não assinados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui