Nas chamas do divino amor

Eu estava, na manhã da festa do Coração de Jesus, rezando na capela [do Castelo de Darfeld] diante daquela imagem que já em criança tanto amava. […] O Santíssimo Sacramento estava exposto. A imagem, no meio de flores e velas, estava tão perto do altar do lado do Evangelho que, quando eu estava rezando diante da imagem, via também com o mesmo olhar a Sagrada Hóstia na custódia.

Beata Maria do Divino Coração aos quinze anos

Digo isto porque já no princípio expliquei que nunca pude separar o Coração de Jesus da Sagrada Eucaristia, pois aqui está verdadeiramente presente aquele Santíssimo Coração como parte do preciosíssimo Corpo de Nosso Senhor. A imagem representava aos olhos corporais o que a fé mostrava aos olhos da alma, e o meu coração estava abrasado nas chamas do divino amor.

Acabei de comungar, toda unida a Nosso Senhor, embriagada com as delícias do seu Coração, quando Ele me disse, não com uma voz que ressoasse nos meus ouvidos, mas com aquela voz interior que então ainda não conhecia e que hoje me é tão familiar: “Tu hás de ser uma esposa do meu Coração”.

Não sei dizer o que senti. Fiquei enterrada, aniquilada, confundida e, ao mesmo tempo, inundada pelas torrentes do seu amor. Que instantes tão felizes: uma esposa do seu Coração! Mas como, quando, e eu tão pobre, tão miserável? Oh! Meu Jesus, Vós sabeis o que se passou entre nós, e ninguém jamais o compreenderá.

BEATA MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
Autobiografia. Lisboa: Congregação de Nossa Senhora
da Caridade do Bom Pastor, 1993, p.47-48

 

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