É em nome do Divino Salvador que a Igreja reza, cura os enfermos, evangeliza os povos, expulsa os demônios, enfim, realiza sua obra de salvação das almas.

 

Muitos habitantes de Jerusalém assistiram à cena tão bem narrada nos Atos dos Apóstolos, que o leitor tem a impressão de estar também presente.

Pedro e João subiam ao Templo para rezar. Um coxo de nascença, postado na Porta Formosa, lhes pediu esmola.

— Olha para nós! — disse-lhe o Príncipe dos Apóstolos.

O pobre fitou-os com atenção, perguntando-se quanto iria receber.

— Não tenho prata nem ouro, mas dou-te o que tenho: em nome de Jesus de Nazaré, levanta-te e anda.

Dando um salto, o aleijado pôs-se de pé e entrou com eles no Templo, saltando e louvando a Deus. E de tal forma agarrou-se aos dois Apóstolos que em torno destes juntou-se uma multidão estupefata. Ao ver isso, Pedro assim falou:

— Varões israelitas, por que olhais para nós, como se por nosso poder tivéssemos feito andar este homem? O Deus de nossos pais glorificou seu filho Jesus. Mediante a fé em seu nome é que esse mesmo nome deu a cura perfeita a este homem que vós vedes e conheceis.

“Em nome de Jesus de Nazaré, levanta-te e anda”, disse São Pedro ao coxo de nascença

Não há outro nome pelo qual sejamos salvos

Continuou São Pedro seu discurso, exortando os ouvintes à conversão, até ser interrompido por alguns sacerdotes e saduceus, acompanhados do chefe da guarda do Templo, o qual prendeu os dois homens de Deus.

No dia seguinte, foram eles conduzidos à presença do Sumo Sacerdote e seu Conselho.

— Com que poder e em nome de quem fizestes isso? — perguntaram-lhe.

A resposta veio serena, mas firme:

— Príncipes do povo e anciãos, ouvi-me! Já que somos aqui interrogados sobre a cura de um homem enfermo, seja notório a todo o povo de Israel que é em nome de Jesus Cristo Nazareno, é por ele que este homem está são diante de vós. Não há salvação em nenhum outro, porque não há sob o céu nenhum outro nome pelo qual devamos ser salvos.

Por que proibir?

A firmeza do Primeiro Papa deixou desconcertados os inimigos de Jesus. Fazendo-os sair da sala do Conselho, deliberaram entre si: “Que faremos destes homens? Porquanto o milagre por eles feito se tornou conhecido de todos os habitantes de Jerusalém, e não o podemos negar. Todavia, para que esta notícia não se divulgue mais entre o povo, proibamos que no futuro falem a alguém nesse nome” (At 4, 16-17).

Chamaram, então, de volta os dois discípulos do Senhor e os intimaram terminantemente a nunca mais falar ou ensinar em nome de Jesus. Ordem à qual, aliás, Pedro e João declararam de forma categórica que não obedeceriam, pois deviam obediência a Deus antes de tudo.

Qual o motivo de tão injustificada proibição?

Na perspectiva dos inimigos de Deus e de sua Igreja, não é difícil entender a razão: muitos dos que ouviram aquela pregação de São Pedro creram, “e o número dos fiéis elevou-se a mais ou menos cinco mil” (At 4, 4). Compreende-se, assim, a sanha do Sinédrio, pois percebia bem que, nessa proporção, em pouco tempo a Igreja se expandiria por todo o mundo.

Pregar o Evangelho é proclamar o nome de Jesus

Como poderia a Santa Igreja deixar de orar, pregar, batizar e curar em nome de Jesus?

Desde os primeiros dias do Cristianismo, pregar o Evangelho é proclamar esse nome glorioso entre todos. É pelo seu poder divino que se operam os milagres: “Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas (…) imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16, 17-18).

O nome do Redentor não podia deixar de ocupar um lugar proeminente na vida da Igreja, uma vez que Ele próprio afirmou: “Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei” (Jo 14, 13). E no ato do Batismo, pelo qual nasce o cristão, é “em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus” que a alma é lavada, santificada e justificada (Cf. 1Co 6, 11).

Tudo isso tem uma valiosa aplicação em nossa vida de católicos: a invocação do Santíssimo Nome de Jesus é uma fonte inesgotável de graças para a santificação pessoal e as obras de evangelização.

 

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