Quer na Gruta de Belém, quer durante sua vida familiar, Jesus foi o divino exemplo de quanto devemos nos fazer “como meninos”. Sua inocência cresceu em manifestações ao longo de sua vida até o momento em que, morrendo crucificado, redimiu o gênero humano. Passados dois milênios, continua necessária a inocência. Cabe aos homens tornarem-se “como meninos” para a resolução da grande crise atual. Bem junto ao Presépio, meditemos sobre o Divino Infante neste proceloso Natal de 2003.

 

Evangelho de Natal

No princípio existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. 2 Estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele; e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens, e a luz resplan­dece nas trevas, e as trevas não o receberam.

Apareceu um homem enviado por Deus que se chamava João. Veio como testemu­nha pa­ra dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que vindo a este mundo ilumina todo o homem. 10 Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O co­nhe­ceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não O receberam. 12 Mas a todos os que O recebe­ram, àqueles que crêem no seu nome, deu poder de se tornarem fi­lhos de Deus; 13 eles que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

14 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória como de Fi­lho Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 15 João dá testemunho d’Ele e clama: “Este era Aquele de Quem eu disse: O que há-de vir depois de mim é mais do que Eu, porque existia antes de mim.” 16 Todos nós participamos de sua plenitude, e recebemos graça sobre graça; 17 porque a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade foram trazidas por Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Unigênito de Deus, que está no seio do Pai, Ele mesmo é que O deu a conhecer (Jo 1, 1-18).

“Se não vos tornardes como meninos….” Seguir o conselho e o exemplo de inocência dados pelo Divino Mestre é o caminho seguro para chegarmos ao Reino dos Céus – Afresco do Carmelo de Lisieux, França

I — Fez-se menino e habitou entre nós

A pleno júbilo repicam os sinos à meia-noite. Numa envolvente at­mosfera de alegria, paz e harmonia, marcam eles o início da Missa do Galo. No interior do edifício sa­grado quase não há sombras, a luz domina o ambiente, em inefável sintonia com o órgão e as melodio­sas vozes. Os fiéis sentem-se atraídos a meditar sobre um dos principais mistérios de nossa fé, a Encarnação do Verbo, o nascimento do Menino Jesus.

Deus quis se fazer conhecer pelos homens

Cada festa litúrgica, ao nos pro­por a consideração de um determi­nado aspecto do Salvador, desper­ta em nós reações às vezes intensas: o Tabor nos causa admiração pelo brilho do acontecimento; acom­pa­nhando os Passos da Paixão, as lágrimas banham nossas faces; vibra­mos de gáudio ao considerar a Res­surreição e a Ascensão. E a doçura radiante emitida pela manjedou­ra de Belém não só nos encanta, como pervade nossas almas e as envolve em doce suavidade.

Ali está a Bondade em essência, sob a roupagem de nossa débil natureza. Nela realizou-se um dos maiores desígnios da Trin­da­de Santíssima em relação aos ha­bitantes deste vale de lágrimas.

Deus falou-nos durante séculos, através das criaturas e dos profetas, tornando patente seu empenhado desejo de fazer-Se conhecer pelos homens. E, afinal, acabou por nos enviar seu próprio Filho. “Nestes dias, que são os últimos, ele nos fa­lou por meio do Filho, a quem ele cons­tituiu herdeiro de todas as coisas e pe­lo qual ele criou o universo” (Hb 1, 2).

A partir de então, Ele se pôs ao alcance de nossa inteligência, pe­las obras de Deus humanado. Quem poderia imaginar um meio mais excelente de comunicação entre Criador e criaturas?

Majestade e humildade se osculam

Junto ao Presépio encontra­re­mos a mais bela e eficaz manifesta­ção do grande poder de Deus: uma criança nascida para elevar, pela ação da graça, o gênero humano tão decaído pelo pecado. Por essas razões, ao adorar Aquele tenro e delicado Menino, louvaremos a glo­riosa majestade de Deus fazendo-se compatível com a humildade.

Majestade e humildade infinitas, extremos opostos, paradoxo ado­rá­vel. Esse Divino Menino, com todas as contingências inerentes à infância, tem, entretanto, na ple­nitude, a visão beatífica. Ele sente o frio do inverno, padece fome e sede, chora, e, sem embargo, é totalmente feliz. Nós O contempla­mos na sua imensa fragilidade, de dentro da qual Ele está redimindo o mundo.

As palavras do vocabulário humano são insuficientes para comen­tar o quanto o Natal é uma das mais belas provas do amor de Deus pelos homens. Contentemo-nos com a afirmação de São João: “Com efei­to, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, pa­ra que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).

“Puer natus est nobis!”

“Nasceu-nos um Menino!” Haverá maneira mais singela de refe­rirmo-nos a Deus? Abandona Ele os fulgores da divindade e se apre­senta, sobre palhas, na fragilida­de de um recém-nascido. Durante sé­culos e séculos suspiraram os profetas por esse dia, tornado, por fim, realidade: “Um menino nos nas­ceu, um filho nos foi dado, a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da Paz. Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre” (Is 9, 5-6).

A justiça se faz misericórdia…

O surgimento desse Menino no cenário psicológico e religioso da mundo antigo representou uma contradição. O conceito de divindade — quer a real, quer a idolá­trica — baseava-se na idéia da jus­tiça punitiva. Por exemplo, a criação da figura mitológica greco-romana de um deus aterrorizando o Olimpo com um simples franzir de testa, ou o universo com o agitar de sua chibata.

As próprias Escrituras Sagra­das nos revelam com freqüência um Deus onipotente e pouco propenso à contemporização. Já no Pa­raí­so Terrestre, castigou imediatamen­te nossos pais. Por um único pecado de desobediência, foram expul­sos, perderam seus dons e pri­vi­lé­gios e ficaram à mercê das dores, das doenças e da morte.

Crescendo e multiplicando-se os filhos de Adão sobre a terra, não tardou Deus para, “vendo que era grande a malícia dos homens”, determinar irreversivelmente: “Exter­minarei da face da terra o homem que criei, e com ele os animais, desde os répteis até as aves do céu; por­que me pesa de os ter feito” (Gen 6, 5 e 7). E o que dizer da grande có­lera de Deus ao destruir Sodoma e Gomorra, culminando com a pu­nição da mulher de Lot que, “tendo olhado para trás, ficou convertida numa coluna de sal”? (Gen 19, 26).

“Nascimento de Jesus”, Catedral de Notre-Dame de Paris

…e coloca-se à disposição de todos

Longa poderia ser a enumera­ção dos terríveis atos de justiça do Onipotente Legislador, descritos nas Escrituras Santas. Mas, faça­mos uma brusca interrupção e a­cerquemo-nos novamente da man­jedoura de Belém.

Quem veremos ali? O mesmo Deus. Porém, já não mais vinga­dor, nem incutindo pavor aos pecado­res. É um alcandorado recém-nas­cido. Onde se encontra a grandeza do Rei de toda a criação, capaz de reduzir a nada todo o universo, se assim o quisesse? Onde estão os raios e os trovões que O precediam ao descer no Sinai?

Ajoelhemo-nos com total confiança, sem o menor temor, pois te­mos diante dos olhos, não a repre­sentação da infinita severidade, da ira santa e implacável, mas, muito pelo contrário, o sorriso arrebatador de uma belíssima Criança, que nos fará olvidar a dor de consciência de todo o nosso passado, o mal por nós praticado e até o dissabor a ele inerente. Na Sua delicada e infantil candura, Ele nos convida a amá-Lo com toda nossa capacidade de simpatia e afeto, e não tar­dará muito para despertar no fundo de nossa alma, pelo sopro da gra­ça, uma poderosa aspiração para adorá-Lo.

Ele mesmo escolheu, para seu palácio, a Gruta de Belém; para seu ornato, simples panos; para seu ber­ço, umas surradas tábuas; e para companhia, além de Maria e José, apenas dois animais. Não quis um só resquício de aura grandiosa, pois desejava colocar-se ao alcance e à disposição de qualquer necessitado. Ademais, sua grande missão é a de ser vítima. Missão que teve seu início no despojamento da manjedoura e seu auge no Calvário. A Cruz e o Presépio, os melhores meios para apagar nossas ofensas a Deus. O Salvador quis trilhar a Via-Sacra porque, sem o seu Preciosíssimo Sangue, nossa repa­ra­ção de nada nos valeria. E, já a partir de Belém, começou a ensinar-nos a sofrer porque seus padecimentos não nos serão inteiramente efica­zes, se não forem acompanhados de nossa arrependida penitência.

II — O Evangelho, testemunho da divindade de Jesus

O Evangelho de hoje constitui uma das mais belas páginas da Escritura. Em algumas frases, pervadidas de sobrenatural unção, o Após­tolo Virgem sintetiza a his­tó­ria eterna e humana do Verbo de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Tal qual atestam mui­tos e famosos autores, trata-se de um hino a Cristo Encarnado, pro­vavelmente escrito sem ter em vis­ta o próprio Evangelho, e tal­vez até antes deste. Alguns chegam a le­vantar a hipótese de São João ter intercalado os grupos de versículos 6 a 8, 12 e 13, 15 a 17, quando resolveu adaptar esse canto para utilizá-lo à maneira de prólogo ao seu Evangelho.

Intuito pastoral e polêmico

São João, como já tivemos oca­sião de expor em anterior artigo, resolveu escrever um quarto relato da vida do Salvador, apesar de já existirem os de Mateus, Lucas e Marcos, pelo seu enorme empenho em provar e documentar a divindade de Jesus, conforme ele mesmo declara: “Outros muitos prodígios fez ainda Jesus na presença de seus discípulos, que não foram escri­tos neste livro. Estes, porém, foram escritos a fim de que acrediteis que Jesus é o Cristo, Filho de Deus, e pa­ra que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo. 20, 30-31).

Vê-se claramente, por esta afir­mação colocada já quase no fim de seu relato, o quanto o prólogo é uma síntese do Evangelho. E, por diversas razões, não se pode excluir a hipótese de ter o autor um certo intuito polêmico. O Cristianismo já fizera seu curso e — além de doutrinas errôneas panteístas sobre a união das duas naturezas, a divina e a humana, numa só Pessoa — havia também heresias que negavam a realidade da carne de Jesus, (cf. I Jo 4, 1-3), como, por exemplo, uma forma precoce de do­cetismo, assim descrita pelo pró­prio São João: “Porque muitos sedutores se têm levantado no mundo, que não confessam que Jesus Cristo tenha vindo em carne; estes tais são os sedutores, são o anti-Cris­to” (II Jo 7).

“E o Verbo se fez carne” (v. 14)

É conveniente salientar que, em muitas passagens da Escritura Sa­grada, o vocábulo “carne” não tem o significado de carne sem vida, mas é sinônimo de “homem intei­ro”, com uma conotação toda espe­cial que visa sublinhar o aspecto de fragilidade da natureza humana. Esta é a razão pela qual não se en­contra no prólogo a expressão “se fez homem”, pois deseja o Evangelista acentuar ainda mais a infi­nita distância entre Deus e a cria­tura na qual Ele se encarnou. Nem sequer exprimiu-se pelos termos “fez-se corpo”, porque certamen­te quis evitar que alguém viesse a crer tratar-se Cristo de um ente humano sem vida, animado tão-somente pela divindade.

A mesma preocupação dogmá­tico-pastoral de São João — de dei­xar clara a divindade de Jesus — transparece de certa forma no Evangelho de hoje, pelo emprego dos verbos predominantemente no pretérito imperfeito, até o v. 14. E em contraposição, ao referir-se à Encarnação, ele emprega o preté­rito perfeito. Nos primeiros versí­cu­los descreve a existência eterna do Verbo (“era”, “estava”, “existia”), e a partir do v. 14 procura tornar clara sua atuação no tempo (“se fez”, “habitou”), ou seja, o Verbo Encarnado é o Mesmo Filho Uni­gênito gerado pelo Pai, desde toda eternidade.

Pelos motivos anteriormente ex­postos, São João acrescenta à sua proclamação da Encarnação dois substanciais grupos de testemu­nhas: o Batista (vs. 6 a 9 e 15) e os próprios Apóstolos (v. 14), indispensáveis para dar solidez à sua argumentação.

Considerações próprias a alimentar nossa piedade

As considerações teológico-exe­géticas sobre o Evangelho de hoje levar-nos-iam a escrever uma enciclopédia. Mas basta-nos, por ora, ressaltar a Sabedoria incomen­surável de Deus, ao realizar a união de duas naturezas, tão diversas, nu­ma só Pessoa: um profundo, e ao mesmo tempo, altíssimo mistério, impossível de explicar-se nesta ter­ra, apesar de claramente revelado.

Aproveitemos, então, o espaço que nos resta, para alimentar nossa piedade, perguntando-nos: como agradecer a Jesus, no berço, tanta bondade para conosco? Quan­to de­sejaríamos nós retri­buir, com um amor sem limites, os infinitos e so­brenaturais dons trazidos por esse Menino! Parecer-nos-ia impossível realizar uma tal reciprocidade. En­tretanto, está ela inteiramente ao nosso alcance. Para tal, não é ne­ces­sário retomarmos nosso débil corpo de bebê dos primeiros momentos de nossa existência. Será suficiente colocar em prática o con­selho do próprio Jesus: “Na verda­de vos digo que, se não vos conver­terdes e não vos tornardes como me­ninos, não entrareis no reino dos Céus” (Mt 18, 3).

III — Restaurar a inocência, para obter a paz

Na prática, o que significa converter-se e tornar-se “como menino”?

A criança não conhece a mentira, a falsidade nem a hipocrisia. Sua alma se espelha inteiramente em sua face; sua palavra traduz com fidelidade seu pensamento, com uma franqueza emocionante. Ela não tem as inseguranças da vai­da­de ou do respeito humano. Em uma palavra, ela e a simplicidade constituem uma sólida união.

O exemplo dado pelo próprio Deus

O Divino Infante, criador das leis da natureza, em dado momen­to a elas se submete como um pobre mortal. Ele deseja ensinar-nos mais esta virtude da criança que é obediente tal qual Jesus o era a seus pais, conforme encontramos em Lucas (2, 51): “e era-lhes submisso”. Para nosso exemplo, Ele conservou a obediência até o último suspiro de sua existência: “Hu­milhou-se a Si mesmo, fazendo-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Fil 2, 8).

Que lição nos dá Jesus! A Sa­be­doria Eterna, um bebê em tudo de­pendente dos que O cercam. Essa deve ser nossa flexibi­lidade, resignação e disposição de alma diante de todas as circuns­tâncias de nossa vida, prontos a dizer “sim” a qualquer mínimo convite da gra­ça. Eis o caminho indicado pelo Salva­dor, sobre as palhas da manjedoura.

Quanto nos custará, talvez, cum­prir com os rigorosos deve­res de uma sábia disciplina, ou de colocar-nos sob o jugo de uma autoridade, ou de nossas responsabilidades so­ciais e religiosas. Para agradecer a Jesus, seria bom impormos silêncio aos nossos ca­prichos e pai­xões, e imitarmos a sua obediência.

Um grupo de meninas dos Arautos do Evangelho venera a imagem de Jesus Menino

Jesus ama a pureza de coração

Se há uma nota que superlativamente nos atrai na criança, esta é, com toda certeza, a candura, que a faz ignorar a maldade. A pureza de coração, com a qual ela cria pa­ra si um universo de beleza moral que, se não trilhar as vias da santidade, ela perderá por não lutar contra a concupiscência de­corren­te do pe­cado original. Esta é a virtude que Jesus, no berço, nas pra­ças ou no Templo, na Cruz ou na Ressurrei­ção, mais ama (cf. Mc 10, 13-16).

Eis a maneira de retribuirmos plenamente ao Menino Jesus todos os benefícios recebidos: mantendo-nos inocentes até o dia do Juízo. Aí sim, faremos sua alegria, na companhia de Maria e José.

Mas, se a alvura de nossas ves­tes batismais tiver sido tisnada pelo pecado, se foram elas rasgadas pe­lo desvario de nossas paixões e per­deram os perfumes daquela can­­dura de outrora, como proce­der?

Acima de tudo, não devemos nos deixar abater. Façamos mergulhar nossa túnica nas miraculo­sas águas da penitência. Elas a la­varão, reconstituirão e a impregnarão de um celestial aroma. Nossas lágrimas de arrependimento junto ao Menino Jesus, sob a maternal proteção de Maria Santíssima e os rogos de São José, infa­li­velmente nos obterão a restaura­ção de nossa inocência, conforme Ele mesmo nos prometeu. 1

A inocência: a verdadeira paz para este mundo

Peçamos a Maria que, nesta feliz e santa noite de Natal, faça nas­cer o Menino Jesus no presépio de nossos corações, para tor­ná-los tão puros e inocentes quan­to o d’Ele.

Conta-se um significativo fato ocorrido na época das caravelas. Debate-se a frágil embarcação sob uma terrível procela. Os tripu­lan­tes põem-se todos a rezar no tom­badilho, implorando o socorro divino. Vendo bem que nada prognosticava o aquietamento da­quelas enfurecidas ondas, rogam um milagre. Eis que, em certo momen­to, o comandante perce­be entre os passageiros uma mãe estreitando ao peito seu filhinho. Sem hesitar, arranca a criança dos braços da mãe, ergue-a e suplica em alta voz: “Senhor, nós pe­ca­dores não mere­cemos ser ouvidos por Vós. Pior do que ser tragados por estas águas revoltas, nosso destino bem poderia ser o eterno fogo do inferno. Mas, Senhor, aqui está um inocen­te que clama pela vossa misericórdia e intercede por nós. Clemência, Se­nhor, por esta inocência!”

Antes mesmo de devolver à mãe o menino, instantaneamente, as águas tornaram-se serenas.

Façamos o mesmo. A humani­dade hoje atravessa uma de suas maiores crises. Neste procelo­so Natal de 2003, apresentemos o Menino Jesus a Deus Pai e, pe­la poderosa intercessão de Maria e José, imploremos a verdadeira paz para este mundo tão conturbadamente caótico. Ou seja, pe­çamos que volte a reinar entre nós a virtude da inocência.

 

Nota


1 Jo 14, 13: “Tudo que pedirdes em meu nome, Eu o farei”; Lc 11, 9-10: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra; e ao que bate, se lhe abrirá”.
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Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, é fundador dos Arautos do Evangelho.

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